Rua Padre Antônio Vieira: rompimento de tubulação afeta moradias

Rua Padre Antônio Vieira: rompimento de tubulação afeta moradias

Sofrendo com as fortes chuvas torrenciais dos últimos dias, a cidade de Saudades, tanto no perímetro urbano quanto no meio rural, teve grandes perdas.

Na área urbana, os maiores danos concentraram-se na Rua Padre Antônio Vieira onde, com o rompimento da tubulação existente, diversas casas foram inundadas, sendo uma interditada, devido a uma cratera que se abriu no local.

Com um volume de chuva superior aos 227 mm registrados desde sábado (27), a precária tubulação, instalada há vários anos no local, acabou não resistindo e rompeu-se, comprometendo a estrutura de uma casa próxima e alagando as casas paralelas à rua.

Para agravar ainda mais a situação, a tubulação antiga passa sob as casas, tendo quatro metros de aterro sobre os tubos, dificultando o reparo da rede antiga.

Administração já tem projeto viabilizado

De acordo com o prefeito Daniel Kothe, a administração municipal realizou, na quarta-feira passada (24), na Câmara de Vereadores do município, audiência pública com os moradores da Rua Padre Antônio Viera, onde serão viabilizados R$ 250 mil através de recursos federais para colocação de tubulação e asfaltamento da via.

Já nesta oportunidade, a municipalidade estava preocupada com a situação do escoamento da água naquela via, que acabou se agravando nesta semana. Com a situação, o município decidiu por modificar o projeto, ampliando a espessura da tubulação que seria de um para um metro e meio.

Conforme explica o vice-prefeito Osmar Prestes (Sadan), as medidas serão tomadas em caráter de urgência, para a contenção de estragos maiores futuramente e para solucionar efetivamente o problema.

Daniel comenta ainda que a administração municipal estará viabilizando a detonação das rochas para colocação dos tubos, bem como disponibilizando as máquinas para auxiliar nos trabalhos. “Estamos empenhados e resolver definitivamente o problema do escoamento das águas das chuvas, para que isso não traga mais perdas para os moradores”, garante.

Reunião do Comdec decide por prorrogação do decreto de emergência

Ainda recuperando-se das chuvaradas do mês de junho, o município de Saudades precisa agora realizar medidas emergenciais para sanar os efeitos das altas precipitações pluviométricas dos últimos dias.

Na quarta-feira (01), o Conselho Municipal da Defesa Civil do Município (Comdec), reuniu-se na prefeitura, onde, por unanimidade, decidiu-se por prorrogar o decreto de emergência por mais 90 dias.

O vice-prefeito Sadan comenta que a medida foi tomada devido aos estragos ocasionados pelas chuvas, tanto no perímetro rural (estradas e roças), quanto no perímetro urbano (ruas e casas). “Serão tomadas medidas de urgência, para sanar parte do problema, pois já existe um projeto, o qual já reunimos os moradores, com o intuito de dar uma solução definitiva para o problema na Rua Padre Antônio Vieira”, reforça.

Sadan pede a compreensão dos munícipes, destacando que toda a equipe da administração municipal está se empenhando para resolver os inúmeros problemas causados pelas fortes chuvas. “Vamos fazer o máximo possível para resolver os estragos que aconteceram em Saudades”, completa.

 

Morador relata situação

Há dias o município de Saudades vem sofrendo com as fortes chuvas. Na noite de terça-feira (30), foi o ápice de precipitação pluvial. Conforme relato do morador Evaldo Roque Diedrich, que reside em Saudades há quase 70 anos, nunca na sua vida ele havia visto tanta água como naquela noite, “uma chuva tão ‘pesada’ que parecia que ia demolir a casa”, relata.

“Faz 11 anos que estou morando aqui nesta rua [José Norberto Weber], e nunca tinha visto tanta água descendo o morro. Na boca de lobo, a água deu um metro de altura. Na Rua Padre Antônio Vieira, aquela obra era para ter sido feita há anos, que era para ter modificado, para não sair água na rua”, comenta Evaldo.

De acordo com o morador, em toda a extensão da Rua Padre Antônio Vieira, o volume de água impressionava. “Eu estava achando que daria uma enchente como já deu uma vez, que foi a maior que teve até hoje, em 1990. A Rua Marechal Teodoro [que vai até à Igreja Assembleia de Deus], a água atingiu quase um metro de altura”, relata.

Outro ponto destacado por Diedrich, é o fato da tubulação passar em baixo das casas. “O pior problema é que tem casas construídas por cima dos tubos. Se tivesse chovido mais uns 10 minutos daquele jeito, acho que até as casas iriam junto com a água. Da igreja até a casa da Elma Sehn, era um rio só”, frisa.

Com mais de sete décadas morando em Saudades, Evaldo reforça que essa foi a chuvarada mais forte presenciada por ele. “Pode acontecer de novo, não se sabe. Nunca tinha visto tanta água em tão pouco tempo. Passei por muito mais enchentes, e a chuva mais pesada que presenciei foi aquela de terça-feira”.

Evaldo está confiante de que, com a colocação da nova tubulação, com diâmetro maior, a situação seja resolvida. “É possível que não chova assim de novo, mas vai ser bom se a prefeitura fizer uma tubulação mais reforçada, mais larga. Ninguém espera isso, mas se for resolvido, vai modificar a situação naquela rua [Padre Antônio Vieira]”, conclui.