Combate ao suicídio será abordado em palestras promovidas pelo Rotaract Club

Alusivo ao “Setembro Amarelo”, mês onde se debate o combate ao suicídio, o Rotaract Club do município de Saudades estará promovendo duas palestras, que abordarão este tema, que ainda é um tabu na sociedade, especialmente no Brasil.

“Falar abertamente pode salvar vidas” – este é o nome dado à noite.

As palestras acontecerão no dia 25 de setembro, tendo como local, o Centro de Idosos Nossa Senhora do Bom Conselho. Às 19 horas, a psicóloga Sanda Bugnotto Frozza abordará o tema “Suicídio”; na sequência, o psicanalista Eroni Francisco da Silva tratará sobre “O poder da mente”.

A entrada é gratuita e as palestras são oferecidas a toda a comunidade.

Dados sobre o suicídio

Entre 1980 e 2012, as taxas de suicídio cresceram 62,5% na população em geral. Na faixa etária dos 15 aos 29 anos, a média aumenta em ritmo mais rápido do que em outros segmentos. São 5,6 mortes a cada 100 mil jovens (20% acima da média nacional). Os dados são da pesquisa Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil e do Mapa da Violência: os Jovens do Brasil, ambos coordenados pelo sociólogo Julio Jacopo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), organismo de cooperação internacional para pesquisa.

Motivos nem sempre aparentes

Quem tem adolescente em casa sabe: eles são os mais inclinados ao imediatismo e à impulsividade. Como ainda não atingiram a plena maturidade emocional, têm mais dificuldade para lidar com situações estressantes e frustrações – o que torna os pensamentos suicidas mais frequentes nessa população. Na maioria das vezes, porém, eles são passageiros, não indicam psicopatologia ou necessidade de intervenção.

No entanto, pensamentos dessa natureza mais intensos e prolongados, associados a um quadro de crise aguda, podem aumentar o risco de um jovem ir às vias de fato. Entre as principais causas de crises que poderiam desencadear o suicídio entre jovens estão baixa autoestima, histórico de abusos (incluindo aí o bullying), problemas para lidar com a própria sexualidade e reflexos da superproteção.

Formas de prevenção

De acordo com a OMS, é possível prevenir 90% dos casos se houver condições de oferecer ajuda. E, diferentemente do que apregoa o senso comum, discutir o problema é uma boa estratégia para combatê-lo.

O medo do chamado efeito Werther, referência ao livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, publicado em 1774, costuma empurrar o assunto para debaixo do tapete. No enredo, o personagem dá fim à própria vida após uma desilusão. A novela teria originado um surto de suicídios de jovens em diversos locais da Europa.

Mas a ideia de que falar sobre pessoas que se mataram pode induzir a fazer o mesmo não tem fundamento. Assim, os pais podem (e devem!) falar sobre o assunto. Se não aparecer espontaneamente, ele pode ser introduzido de modo a deixar claro que certas coisas acontecem e que devemos conversar sobre elas.

O importante é reafirmar a preocupação e o desejo de conversar e ajudar, mesmo que isso implique tocar em assuntos delicados. Mesmo os casos que indicam baixa letalidade, como cortes superficiais na pele, podem sugerir a ocorrência de tentativas futuras. Após uma conversa, os pais devem avaliar se é o caso de encaminhar o filho a um profissional.

Atenção aos sinais

Saiba como identificar características de um jovem com tendências suicidas:

– Alterações significativas na personalidade ou nos hábitos;

– Comportamento ansioso, agitado ou deprimido;

– Queda no rendimento escolar;

– Afastamento da família e de amigos;

– Perda de interesse por atividades de que gostava;

– Descuido com a aparência;

– Perda ou ganho repentinos de peso;

– Mudança no padrão usual de sono;

– Comentários autodepreciativos recorrentes ou negativos e desesperançosos em relação ao futuro;

– Disforia (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva);

– Comentários sobre morte, sobre pessoas que morreram e interesse pelo assunto;

– Doação de pertences que valorizava;

– Expressão clara ou velada de querer morrer ou de pôr fim à vida.

Fonte: Bruna Nicolielo/Abril   |   Confira a matéria completa no site: https://claudia.abril.com.br/sua-vida/precisamos-falar-sobre-suicidio-taxa-cresce-no-brasil/