SAUDADES PEDE SOCORRO!

Desde 2013, enchentes de menor potencial vinham atingindo o pequeno município de Saudades, no Oeste de Santa Catarina. Alagamentos pontuais, poucas casas e estabelecimentos comerciais atingidos, enfim, apesar das perdas, nada que ensejasse perigo ou desespero.

Mas a inundação que se abateu sobre a cidade, o conhecido Vale da Hospitalidade, no dia 14 de julho de 2015, ultrapassou não só as enchentes anteriores como, segundo relatos dos moradores mais antigos, superou também todas as inundações de que se tem história no município.

Além dos prejuízos imensuráveis, muita sujeira, entulho, destruição e, também, desta vez, o medo, o pânico e, ao final, o alívio, pois apesar das grandes perdas materiais, nenhuma vítima fatal foi registrada em meio ao imenso mar de água que, literalmente, varreu boa parte da cidade.

O prelúdio da catástrofe

Já na segunda-feira (13), início de semana, o clima com temperaturas elevadas demonstrava que algo de errado estava acontecendo (ou pior, estava por vir). Alertas da Defesa Civil, aliados aos boletins da meteorologia corroboravam para isso: chuvas, alta incidência de raios, possibilidade de granizo, tornados etc.

Tanto que, na noite de segunda para a madrugada de terça-feira (14), choveu de forma ininterrupta até as primeiras horas da manhã; apesar de não cessar, a chuva manteve-se de fraca a moderada até o meio-dia, continuando com uma fina garoa durante a tarde. Registros pluviométricos apontam que foram mais de 300 mm de precipitação, dado este aproximado, haja vista que os próprios instrumentos não suportaram todo o volume de água despejados pelas pesadas nuvens estacionadas sobre a região.

Já pela manhã, o Rio Taipas, que passa pela cidade logo na chegada, para quem vem de Cunhataí ou São Carlos, estava fora do seu leito normal, alagando parte da Avenida Brasil; o mesmo acontecia com o Rio Bonito, na outra extremidade da cidade, próximo ao Módulo Esportivo, alagando aquela área. Estes, no entanto, eram rios pequenos e, logo, os estragos ainda não eram tão intensos; o Rio Saudades, que corta a cidade, ainda estava (apesar de bem acima do nível normal), em seu leito, não demonstrando maiores transtornos.

Como tudo aconteceu

Em poucos minutos, a tragédia teve início; e foi progredindo seu estrago também, de forma rápida, não dando a mínima chance para as pessoas retirarem seus pertences. A ponte sobre o Rio Saudades transbordou e as águas, imediatamente, começaram a correr pela Avenida Beira Rio.

Já no Bairro Morada do Sol I a situação era crítica; casas e mais casas sendo tomadas pela água. No outro lado da ponte, a mesma cena: casas e diversos estabelecimentos já sob as águas ou ilhados, impossibilitando a retirada de carros, pertences, mercadorias… Alguns, na esperança de que o volume de água não se elevaria, levaram seus veículos para pontos mais elevados; outros, permaneceram no segundo andar da residência; tudo em vão: logo a água atingiria locais nunca antes imaginados.

Bombeiros, Defesa Civil, Polícias Militar e Civil (inclusive de municípios vizinhos), poder público, comunidade, clubes de serviço, meios de comunicação: todos logo mobilizaram-se. Mas os níveis dos rios subiram de forma tão elevada e tão rapidamente que logo, pouco foi salvo. Em questão de minutos, tudo estava tomado pela água e, não raras vezes, as próprias pessoas tiveram dificuldade em sair dos locais onde estavam.

Alguns, inclusive, por acharem que o Rio se estabilizaria e mesmo pelo apego às suas residências e objetos pessoais, não quiseram abandonar suas casas; algumas residências, inclusive, tiveram de ser arrombadas pelos Bombeiros, e as pessoas literalmente arrancadas à força, já que corriam o risco de perecer afogadas. Em outros locais, os resgates foram feitos por barcos e botes, já que os moradores não tiveram chance de sair.

Já próximo ao meio-dia da terça-feira, a situação atingiu seu pior momento: a ponte principal da cidade, ligação da SC – 160, estava submersa com mais de 2 metros de água, além de uma quantidade enorme de entulho trancada, quebrando passarelas e cercas de proteção para os pedestres. Para se ter uma ideia do nível atingido pelo Rio Saudades, todo o prédio dos Correios (local onde a água nunca sequer havia chegado) ficou alagado.

Casas foram levadas pelo Rio Saudades; algumas batiam na ponte e, simplesmente, despedaçavam, como se fossem de papel, tamanha força das águas. Carros também foram arrastados. No CTG Galpão da Amizade, que foi totalmente destruído, dois cavalos tranquilamente pastavam, antes da inundação: com a chegada rápida das águas, ambos foram levados embora; felizmente, conseguiram nadar e, logo abaixo, saíram fora da correnteza e foram recuperados pelo proprietário.

A propósito, no CTG, o cenário era trágico. As cercas da campeira, local onde em março se realiza o tradicional Rodeio Crioulo Interestadual, pareciam um varal de roupas, tamanha quantidade de objetos pendurados. Alguns, inclusive, na quarta-feira pela manhã, dirigiram-se a este local para tentar recuperar algo.

Mercados, garagens de carros, enfim, diversas empresas e comércio local também foram duramente afetados. A Empresa Finestra foi uma das mais atingidas no município, pela inundação. O comunicado emitido pela mesma dava a noção do estrago: “Ainda não podemos mensurar os prejuízos, tão pouco estimar o tempo que levaremos para nos restabelecer, contudo, podemos afirmar que estamos nos dedicando para que tudo volte ao normal o mais breve possível”, ressaltando a nota emitida que o estoque não foi atingido, já que seu centro de distribuição está localizado no município de Pinhalzinho, a 10 km da fábrica.

Outros que também sofreram foram os artistas que estavam no circo, instalado há poucos dias na cidade. Com a tenda montada no pátio do Módulo Esportivo e o avanço dos rios Bonito e Saudades, somente o ônibus e um carro foram salvos; o circo, literalmente, foi embora da cidade. Na ânsia de salvarem alguma coisa, os próprios artistas não foram arrastados pela correnteza porque alguns funcionários do DMER e outros voluntários pressentiram o perigo, que elevava-se de minuto a minuto, e insistiram que os trabalhadores do circo saíssem do local já tomado pelas águas.

Era comum também ver geladeiras, máquinas de lavar, fogões e até caixas d’água de fibra ainda inteiras passando em meio à correnteza. E, claro, curiosos não só do município, mas de municípios vizinhos, assistindo, filmando e fotografando a, de certa forma, inédita (num tempo moderno, com vasta tecnologia para isso) tragédia.

Várias foram as famílias que perderam todos os seus móveis, saindo de casa apenas com a roupa do corpo, um e outro documentos e alguns itens que conseguiu levar; outras perderam mais ainda: casa, carros, animais de estimação, enfim, toda a sua história. Nada se salvou.

 

O espectro da destruição

A forte enxurrada que atingiu o município de Saudades não fez, como já se mencionou, nenhuma vítima fatal. Mas as perdas patrimoniais foram imensuráveis.  Praticamente 30 % da área urbana da cidade foi alagada. Os locais mais atingidos foram o Centro, Bairro Laje de Pedra, Bairro Boa Vista, Bairro Morada do Sol, Bairro Industrial, Bairro Colina
Verde, além de praticamente todas as comunidades do interior.

No que se refere às áreas privadas, estima-se que aproximadamente 300
residências (número não oficial) ficaram embaixo d’água, além de empresas privadas, dentre elas, os Postos de Combustível da Ceraçá e da Cooper Itaipú, Finestra Móveis, PCH Barra Escondida, Mercados, Agropecuárias, Revendas de veículos, Lojas de Confecções, Empresas de Prestações de Serviços, Oficinas Mecânicas, Escritórios de Advocacia, Escritórios de Contabilidade, Bares, entre tantas outras.

Já no que se refere às áreas públicas, vários prédios foram atingidos, sendo total
ou parcialmente destruídos, dentre eles, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF), CEI Trenzinho Alegre, Quartel do Corpo de Bombeiros Militar, Creches, Secretaria de Agricultura, Secretaria de Infraestrutura, Módulo Esportivo, Ginásio da escola EMEF, campo e vestiário municipal, Epagri, Cidasc, Laboratório Municipal (Cidipa), Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), prédio dos Correios, Rodoviária, Centro de Tradições Gaúchas (CTG), Bolão Municipal, Hidrocamping, Clube XV de Novembro (com todos os instrumentos musicais da Secretaria de Educação), Casa Familiar Rural, avenidas e ruas públicas.

Ainda, vários salões das comunidades do interior do município foram atingidos e ficaram embaixo d‘água. O asfalto da SAU-440, inaugurado no último dia 11 de julho, foi praticamente todo arrancado pela correnteza do Rio Saudades, entre o Módulo Esportivo e a área industrial do município.

Várias pontes e pontilhões foram levados embora pela forte correnteza das águas e outras foram totalmente danificadas, impossibilitando a utilização para os fins a que se destinam, deixando muitas comunidades sem acesso. Várias famílias do interior perderam toda a sua produção de leite, outras tiveram os seus
aviários e chiqueiros invadidos pela água, inclusive com sua produção de animais sendo levada pela forte correnteza das águas ou morrendo afogados.

Estima-se que mais de mil pessoas ficaram desalojadas, em função da água ter danificado ou mesmo levado suas casas. Obras e edifícios que levaram anos para serem construídos foram abaixo em poucos minutos. Os prejuízos causados nos patrimônios públicos e particulares foram imensuráveis.

Recomeçando novamente

A partir do início da tarde da fatídica terça-feira, a chuva já havia cessado; o Rio Saudades, da mesma forma que se elevou de forma assustadora em poucos minutos, também iniciou o retorno ao seu leito normal, quase que com a mesma rapidez.

E as pessoas iniciaram a romaria de volta às suas casas, para tentar recuperar o que, porventura, havia sobrado. Na Avenida Beira Rio, logo abaixo da ponte, a situação era desoladora: uma casa partiu-se ao meio, com a força das chuvas; a pia da cozinha ficou à mostra, de frente à rua. Outras residências foram arrastadas, ou desabaram com o impacto das águas.

Dos móveis, nada se salvou. O cenário era de guerra: postes quebrados, fios de alta tensão no meio da rua, lama, entulho e sujeira por todo lado… Mas mesmo assim, a população (afetada e voluntários) iniciou o lento e persistente trabalho de recuperação do que podiam.

A noite vinha chegando: na prefeitura, reunião de emergência com a Defesa Civil, Polícias e Corpo de Bombeiros. E os desabrigados? Apesar de haver diversos locais disponíveis para as famílias passarem a noite, nenhuma procurou por um dos abrigos colocados à disposição pelo poder público: a solidariedade de vizinhos, amigos e parentes fez com que todos os atingidos, nesta primeira noite, tivessem um local limpo e seco para dormir, ou pelo menos para passar a noite, pois poucos devem ter dormido após a tragédia.

E assim findou o dia 14 de julho de 2015, data que entrará na história do município, de forma triste, onde será lembrada como o dia da maior enchente que a população de Saudades já vivenciou.

 

A história da família que salvou-se nas árvores

O caso da família Lauxen foi um dos que mais comoveu e chamou a atenção durante a cheia que afetou o município, tanto pela dramaticidade quanto pela coragem dos envolvidos.

A família, pressentindo que o rio estava subindo fora da normalidade, iniciou o salvamento de alguns bens. Logo após, o rio acabou ilhando-os, o que impediu que saíssem do camping, onde também tinham sua residência construída.

“A água vinha com força e temíamos ser arrastados. Por isso, decidimos subir nas árvores, pois havia muita correnteza e não dava pra passar”, conta Alexandre Lauxen, um dos membros da família.

Vizinhos que avistaram a cena acabaram comunicando o fato às autoridades. A Polícia Civil foi acionada e, com o auxílio de um helicóptero, fizeram o resgate da família. Do camping, que possuía inclusive dois campos de futebol suíço e da casa da família, só sobraram escombros, pois tudo foi levado pela enchente.

O que mais impressiona é que, enquanto árvores de porte gigante cediam à força das águas, como se fossem palitos, as pequenas árvores em que a família estava abrigada, de tronco extremamente fino, nada sofreram; os entulhos vinham e desviavam e estas árvores nem se quer se curvaram frente à força do imponente Rio Saudades.

“Viemos do Mato Grosso há 21 anos, para recomeçar nossas vidas. Agora, teremos de recomeçar de novo”, conclui Alexandre. O fato é que, apesar de perder todo o patrimônio, a família manteve o maior bem: a incolumidade física e a vida de todos os seus membros.

 

Enchente é a maior já registrada na história do município

Quem conversou com alguma pessoa de mais idade, no dia da tragédia ou mesmo nos dias subsequentes, com certeza ouviu a mesma afirmativa: a enchente do ano de 2015 foi a maior (pelo menos de que se tem registro histórico) no município de Saudades.

O senhor Arno Affonso Schwendler, um dos moradores mais antigos da cidade (que inclusive teve sua casa totalmente tomada pelo Rio Saudades) afirma que esta enchente foi a maior já vivenciada pela comunidade.

“Eu estou em Saudades desde meados da década de 50. Claro que já houve outras enchentes e não é a primeira vez que eu tenho que sair de casa, mas esta superou todas as enchentes que o município já teve, inclusive a ocorrida no dia 05 de junho de 1990”, precisa.

Conforme ele, na do ano de 1990, a água entrou na casa e atingiu o nível de, aproximadamente 1 metro no interior da residência; nesta de 2015, o nível foi de praticamente 1,60 metros no mesmo local. Outro detalhe, conforme relata Schwendler, é a velocidade com que o nível do rio se elevou: muito mais rápido que nas enchentes anteriores.

“Nas outras vezes, a água vinha devagarzinho. Desta vez, veio muito rápida, mas muito rápida mesmo. Tanto é que tiramos alguns objetos da loja do meu neto e colocamos na minha casa, pois não imaginávamos que viria água daquele jeito. Mas quando terminamos de colocar as coisas dentro da nossa casa, a água já estava na porta e, por isso, não conseguimos salvar praticamente nada”, completa.

O relato do senhor Arno é mais ou menos o que todas as pessoas que estavam observando puderam vivenciar. “Dava pra ver o rio aumentar”.

 

Autoridades verificam estragos

Tanto foi o impacto da tragédia em Saudades que a mídia, inclusive a nacional, registrou a situação do pequeno município do oeste catarinense. Uma das histórias de maior destaque, sem dúvida, foi a relatada anteriormente, da família Lauxen.

Já na quinta-feira (16), o Ministro da Integração Nacional Gilberto Occhi, juntamente com o Secretário do Estado de Defesa Civil Milton Hobus desembarcaram no Vale da Hospitalidade para verem de perto a tragédia. Convidados pelo prefeito Daniel Kothe, puderam ver alguns dos pontos duramente afetados pela inundação.

“Nós estamos já monitorando a situação, e Santa Catarina é um Estado que dá respostas rápidas. O Governo Federal tem apoiado o Estado de maneira ágil. Já na nossa chegada aqui, uma equipe do Ministério da Integração ficará auxiliando a Defesa Civil na preparação de uma resposta às cidades atingidas pela inundação”, disse.

Conforme o Ministro, as providências emergenciais já estão sendo tomadas. “Temos que construir um levantamento dos danos e mensurar o apoio que os governos Federal e Estadual irão prestar à população. Temos que nos unir nos investimentos e discutir alternativas para reconstruir a cidade”, completou.

Também na quinta-feira, estiveram na cidade o Deputado Federal Celso Maldaner, os Deputados Estaduais Dirceu Dresch e Luciane Carminatti e, na sexta-feira, o suplente de Deputado Estadual Altair Silva.

Conforme o prefeito Daniel Kothe, estas visitas são importantes, pois mostram a sensibilidade dos Governos Federal e Estadual e dos parlamentares para com as pessoas atingidas pela tragédia. “A parte emergencial já está sendo atendida. Estamos na segunda etapa, que é a limpeza, com a colaboração de muitas pessoas. Vamos agora trabalhar na terceira etapa, que é o levantamento de perdas e já solicitamos ao Ministro e ao Secretário de Estado de Defesa Civil que nos ajudem com este trabalho, para pleitearmos ações futuras para responder à demanda da comunidade”, aduziu.

Além destas autoridades, outros inúmeros secretários, prefeitos e lideranças estiveram visitando Saudades, oferecendo ajuda e os itens necessários, essenciais para a reconstrução de parte dos estragos.

 

Saudades: o Vale da Hospitalidade e da Solidariedade

Apenas no perímetro urbano de Saudades, onde a tragédia se consumou de forma mais rápida e intensa, seja pela aglomeração maior de pessoas e casas, seja pelo volume da inundação, mais de 300 famílias, como supracitado, foram afetadas; cerca de 15 casas foram destruídas ou levadas pela enxurrada, segundo os Bombeiros.

Como frisado anteriormente, os trabalhos de reconstrução iniciaram ainda na terça-feira, quando o Rio Saudades começou a ceder. Além da inundação de proporções nunca vistas antes, o que impressionou a todos foi o espírito de solidariedade para com o povo saudadense.

A comunidade do Vale da Hospitalidade não atingida pela cheia do Rio Saudades, logo em seguida à catástrofe (e mesmo durante), já estava totalmente mobilizada em ajudar: iniciaram-se os trabalhos de retirada de entulhos, limpeza de casas, recuperação de alguns itens, avaliação dos prejuízos… Amigos, familiares e conhecidos deram abrigos aos que ficaram sem suas casas ou seus móveis.

“Nós temos aproximadamente mil pessoas que estão desalojadas, fora de suas casas. Mas nós não temos nenhum desabrigado. Todos estão alojados na casa de parentes ou amigos. Isso nos deixa muito feliz e acredito que este é um exemplo de como a comunidade pode e consegue se ajudar”, frisou o prefeito Daniel.

Dos municípios vizinhos, a ajuda também chegou rápida: comida, água potável, itens básicos de higiene, roupas, calçados, colchões, móveis… A generosidade da população fez com que, já na quarta-feira de manhã, o Salão Paroquial estivesse lotado e fosse necessário outro ginásio para colocar alguns itens.

As prefeituras da região também não mediram esforços para o envio de caminhões, máquinas e funcionários; neste árduo trabalho de limpeza e retirada da lama e entulhos, auxiliaram as prefeituras dos municípios de Cunhataí, São Carlos, Águas de Chapecó, Caibi, Cunha Porã, Pinhalzinho, Nova Erechim, Serra Alta, Sul Brasil, Saltinho, entre outras.

Inúmeros tratores com tanques e caminhões de particulares eram vistos circulando pela cidade, carregando água nos rios e auxiliando na limpeza de ruas e casas. Todo o parque de máquinas da prefeitura de Saudades também trabalhou ininterruptamente para auxiliar as pessoas atingidas.

A Celesc e a Ceraçá, empresas que fazem a distribuição de energia elétrica na cidade, empenharam-se com todo o afinco para restabelecerem a energia com a máxima rapidez possível; do mesmo modo, o Samae trabalhou intensamente para levar água potável, novamente, a todas as casas. O trabalho destas empresas foi fabuloso, uma vez que vários canos romperam-se e postes foram quebrados com a força das águas.

Cabe ressaltar, ainda, o empenho dos Clubes de Serviço: Rotary, Rotaract, Lions Club, Leo Clube, Casa da Amizade, que não mediram esforços para auxiliar. Do mesmo modo, os meios de comunicação locais e regionais, que auxiliaram de forma grandiosa na divulgação das informações de urgência e emergência, ajudando também na mobilização da comunidade local e regional para ajudar na tarefa de reconstrução.

Papel heroico também foi desenvolvido pela Defesa Civil, pelo Corpo de Bombeiros e pelas Polícias Civil e Militar, que estiveram trabalhando incansavelmente no salvamento de pessoas e auxílios necessários.

O chefe do executivo saudadense enalteceu o trabalho voluntário desenvolvido em Saudades. “A força de vontade, a energia e a união foram essenciais para que este trabalho tivesse êxito. Em outras oportunidades, nós auxiliamos muitos municípios. Agora, estamos tendo a alegria, neste momento difícil, de sermos ajudados”, concluiu Daniel Kothe.

A todos, que de uma ou de outra forma auxiliaram, aos inúmeros anônimos que se empenharam na ajuda, na limpeza e na reconstrução, a comunidade saudadense agradece de coração. Fica o eterno agradecimento dos munícipes do Vale da Hospitalidade, mas que também pode ser, de agora em diante, chamado de Vale da Solidariedade.