Conselho da Agricultura discutiu momento atual vivido pelo setor

Na última sexta-feira (15), na Câmara de Vereadores de Saudades, aconteceu mais uma reunião do Conselho Municipal de Agricultura.

Estiveram presentes, o prefeito Daniel Kothe, vice-prefeito Osmar Prestes (Sadan), Secretário de Agricultura João Brancher, vereadores Osmundo Schuh, Jones Mohr e Alécio Jahnke (este também presidente do Sintraf), representantes da Epagri, Icasa e demais colaboradores da Secretaria de Agricultura, assim como conselheiros municipais.

De acordo com o Secretário João Brancher, dentre os temas discutidos, a principal pauta foi a greve dos caminhoneiros e também o atual momento vivido pela agricultura. “Discutimos com os agricultores, que também trouxeram suas preocupações. Foi aprovada uma pauta de reivindicações, a fim de levar isso junto aos bancos, para que possamos obter alguma coisa, como a prorrogação de dívidas ou mesmo pleitear algum recurso. Já foi enviado à Fecam uma reivindicação e esperamos uma resposta com a maior brevidade possível”, afirma.

João lembra ainda que as perdas nos setores de aves, suínos e bovinocultura de leite superaram R$ 2,5 milhões, devido à paralisação dos caminhoneiros. “Além disso, o aumento do leite, por exemplo, foi muito pequeno, mas para o consumidor final o preço continua subindo”, completa Brancher.

O vice-prefeito Sadan, por sua vez, frisou que agricultores e motoristas estão suportando os prejuízos em decorrência da crise econômica vivida pelo país. “Desde o ano de 2017, tivemos uma crise muito grande no setor leiteiro. Estamos agora com a crise se estendendo à avicultura e à suinocultura e precisávamos dar um pontapé inicial a algumas discussões, para que se pudesse levar isso a nível de Amerios, Fecam e por que não a nível nacional, pois é preciso estar ao lado do agricultor neste momento difícil, assim como dos caminhoneiros, que fizeram a greve, que foi legítima, uma vez que a corda sempre acaba estourando no lado mais fraco. Esses setores, que são essenciais para o nosso país, acabaram pagando o preço de uma política equivocada”, aduziu.

Sadan acredita que é necessário fomentar ações para alavancar a economia, com o fortalecimento dos dois setores estratégicos. “Se continuar do jeito como está, teremos dificuldades. O nosso país é muito importante, temos a condição de bancar negociações no mercado internacional e, diante disso, precisamos criar políticas para que a nossa agricultura e o nosso transporte sejam fortes e a economia como um todo esteja fortalecida”, frisou o vice-prefeito.

Para o prefeito Daniel Kothe, o debate sobre a conjuntura da economia atual foi muito proveitoso. “Somos sabedores que o setor de energia, o setor da produção de alimentos e o setor de transportes são pilares para uma economia que funciona bem. Estamos vivendo estes últimos anos com uma instabilidade muito grande, com o aumento constante do custo da energia e dos combustíveis. A falta de controle nesta área acaba gerando problemas nos transportes e, com isso, há uma grave crise neste setor, bem como na agricultura e na pecuária”, comentou.

O chefe do executivo acredita que só com um governo comprometido, que atue diretamente na questão dos preços das energias, a economia poderá novamente retomar seu crescimento. “Aliado a isso, há uma dificuldade nas exportações, pois o governo brasileiro atualmente tem falhado muito nas negociações internacionais e também pelas dificuldades internas com a fiscalização e com a questão sanitária, que tem causado vários transtornos”, completou Kothe.

Ainda nas palavras do prefeito, este é um momento que exige muita cautela e reflexão, pois é preciso que o governo fomente também uma política de preços mínimos e de crédito, a fim de que os investimentos sejam retomados, a fim de que o país tenha soberania. “É essencial que neste momento se construa uma pauta bem organizada, junto com os sindicatos e demais representações dos agricultores, a fim de que se faça uma negociação com o governo e com as agroindústrias, que são indutoras do crescimento e têm compromisso com os nossos produtores. Novos investimentos neste setor estão comprometidos se não houver mudanças, como crédito subsidiado, pois boa parte dos produtores que fizeram investimentos terão dificuldades em pagar suas obrigações e tudo isso pode gerar uma crise ainda maior”, finalizou Kothe.